sexta-feira, março 06, 2009

Rumo ao ventre.

Anormais correm pelas ruas sem sinais.
A tinta gasta, o asfalto rachado, a vida que tende a seguir em todo artificialismo barato que empreguina a suposta organização dos civilizados.
Os anormais correm atrás de outros anormais. O viscoso liquido rubro escorre por toda a parte. Nada existe mais. Não como era antes.
Ele voltou com a sua metade para a grande mãe. O selvagem nunca foi tão humano para aqueles que o abraçam. Estamos em um estagio nômade. Viajando, os dois.
Nunca sem o outro.
A terrível noite silvestre mais uma vez trás a desculpa para nos entrelaçar e dormir ao som de murmúrios de com o outro.
A fogueira se estende perante as horas frias.
Os corpos quentes sobrepõe o medo de um ataque repentino.

Um dia encontramos um antigo local turístico abandonado. Agora mais preservado que nunca.
Era uma gruta extensa. Ela deu a idéia de segui-la, ele desconfiado com o escuro de seu intimo preferiu acender uma tocha com que tinha de mais próximo.
Entraram.
Viram coisas fabulosas feitas pela a ação artística do tempo. Figuras imaginativas brotavam das paredes. E chegarão em saguão de proporções inalcançáveis pelo diminuto ponto de fogo estendido pelo receio dos dois. Ela agarrava o seu braço e erguia os ombros de forma graciosa.
Após esse estagio da gruta, viram um túnel estreito, porém com uma passagem de ar incomum. Com certeza era uma outra saída. No meio do caminho até a outra extremidade, perceberam um estranho brilho nas rochas que os rodeavam. Uma luz de cor ainda não definida. Era tudo muito úmido e lameado. O túnel sofre um leve desnível. Seguiram o seu curso para baixo. Ela escorrega e cai. Ele não a deixar ir e segura forte sua mão. Então os dois caem e deslizam em direção a luz que intensificava ainda mais.
Os dois são jogados em uma galeria maior do que a anterior.
A dor da queda não é maior do que a incredibilidade de seus olhos.
No centro dessa nova galeria havia uma lagoa com cores brilhantes indescritíveis. Perceberam que não existia uma fonte de luz externa. A luz era emitida do fundo da lagoa e por causa dos cristais em sua borda, a luz sofria alguma espécie de refração e criava cores nunca antes contempladas pelos dois. O teto no alto os confundiam, tinha o exato formato do céu a noite, estranharam ao percebe-lo pois lá fora ainda era de dia. Haviam inumeros pontos luminosos ao longo de sua extensão, que agrupados assemelhavam-se a constelações nunca antes vistas. Não havia nenhuma presença de seres vivos, pelo menos nenhum em movimento. Proximo a agua, avistaram uma pedra que de tão perfeita parecia esculpida pelo mais talentoso dos escultores, tinha a aparência magnifica de uma coruja que não importe onde você esteja, ela sempre estará olhando você nos olhos. Parecia uma espécie de gardião do luminoso lago. Pesar de espantados, se entre olharam. Com um beijo, resolveram mergulhar. O que movia ambos estava claro, ir além, conhecer. Saber o que estar por vir, não importa o que ou de onde. Rumo ao infinito. Provavelmente eles descobriram o que de mistério abitava as profundezas daquelas translúcidas águas. Provavelmente ao descobrir eles encontraram algo a mais em si mesmos. Nunca mais foram vistos...




Um comentário:

Anônimo disse...

you're everywhere.