Um certo céu lilás.

Recentemente fui alertado, por uma simpática personna, de que o céu dava a impressão de estar paralisado a algum tempo. Impressionado respondi que pensei exatamente isso há 12h antes desse alerta proferido.

Desde de sempre eu achei a cor lilás uma cor estática. Representava o não-movimento. Nunca soube o por que disso.
O céu sobre todos dispõe uma etéria alma, como a de um sonho. Divagações das divagações é quando paro e reparo. Meu tempo sempre tão curto se dilata e estende-se quando o lilás entre nuvens chama-me a atenção. Desisto do espaço, o cosmos é uma inquietude, um exagero. A preferência pelo onírico terrestre é notória.
O grande desastre é o terreno. O terrestre. Como elemento elementar, O Ar, a terra só trás a ideia de poeira. Pó. Mas estranhamente espero o ser o pó que todos nós já fomos.
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O céu. Aquele que parou.

"O céu por cima do porto tinha a cor de uma TV ligada em um canal fora do ar. - Não que eu queira - Case ouviu enquanto abria caminho pela multidão na porta do Pub -, mas é como se o meu corpo tivesse criado sozinho essa dependência toda de drogas..."

Impressionante distância.

"..'O que aconteceu comigo?', perguntou-se. Não era um sonho. Seu quarto, um verdadeiro quarto humano... O olhar de Gregor voltou-se para a janela, e no céu o tempo nublado -- ouviam-se gotas de chuva tilintando no parapeito -- deixou-o bastante melancólico. 'Quem sabe se eu dormisse mais um pouco essas tolices desapareceriam?', pensou, mas isso era completamente impossível, pois estava acostumado a dormir do lado direito, e no seu estado atual não conseguisse colocar nessa posição. Ainda se usasse toda a sua força para jogar-se para o lado direito, sempre retornava à posição inicial."

ilustração de Matthew Woodson

Tiagho D.