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- Olha querida, nós temos uma diferença intransponivel.
- O que? Como assim?
- O grande problema de nosso relacionamento aqui é que você nasceu em berço de ouro, foi tratada com todo o mimo...
- Ah não, quer dizer que você quer resumir tudo que nós passamos em uma luta de classes? Você tá dizendo que nossas noites não passam de uma questão socio-econômico?
- Herr, r.....
- Cala boca seu safado comunista de merda! Vai ler Marx e bater punheta para o Lenin seu maldito!
- Calma, você me entendeu mal, é...
- Filho da puta, você nunca mais vai me ver, eu sumirei com todo o meu suposto dinheiro burguês!
- Você está sendo muito dramatica - me assustei com a explosão passional.
- Aaaahhh, dramatica o diabo. Você é um viadinho só pode ser. Eu me dei toda pra isso e você vem me dizer um monte de merda como isso??
O tapa.
O tapa dado em minha face ardia como queimadura. Sua mão era puro fogo, ela era puro fogo.
Eu comecei a ficar nervoso. Lembrei-me de meu pai aos berros logo de manhã. Minha mãe obesa e fumando logo de manhã. Dos dois aos beliscões reprendendo-me por algo logo de manhã.
Ela continuava gritando comigo.
Opressão era o que pensava parado ali. Maldita. Ela era opressora, contra a livre expressão.
Foi só um comentario, por Deus.
- Eu quase fiquei gravida por você!!
Percebi que ninguém estava por ali, precisava dar um fim nisso agora.
A minha esquerda estava uma garrafa vazia de uma cerveja, uma tal de Krill.
Peguei-a e sem pestanejar dei-lhe no meio do coco. Ela cai já calada.
Olhei e constatei que o som surdo que veio do chão com a queda, era por que a cabeça estava aberta por conta do golpe garrafal e do impacto do chão.
Fiquei ali olhando p/ dentro de sua cuca e imaginado que a qualquer momento sairia um cuco maluco que me diria que já era hora de acordar.
Nada saiu.
Só entrou, entrou um simples pensamento:
Viva la Revolucion guapá!

Tiagho D.