Como conheci Tom Waits
Tenho um mui amigo que reside lá nas bandas do Tio Sam.
Aproveitei os contatos que tenho com a embaixada aqui na terra do canario rei, consegui um passaporte em tempo dimunuto e segui rumo a uma pequena visita para aquele que está a muito afastado de todos nós. E logicamente quero muito saber o que que a dama da liberdade tem.
Terra livre, cheguei.
Esgotado. Mas cheguei.
Lá estava ele, Franscisco. Me recepcionou como alguem que está preso ou perdido em uma ilha. Mais parece um espectro do que um dia já foi.
- Estou sob efeito de esmulantes. Não quero dormir nunca mais!
Não comenttei por respeito essa alegação, mas achei engraçado e me fez lembrar de um certo filme com um certo algoz de unhas de metal.
Lembro que eu o enchi o saco para apresentar-me a um famigerado StarBucks. Concordou com ressalvas. Em um carro que aqui seria tido como de luxo, e lá é tido como um popular de 98, nós entramos em uma já conhecida HighWay... Grande, enorme.
A incrível impressão de estar dentro de um metragem qualquer é latente.
Tudo era familiar. Policiais, carros, cenas de perseguição que não aconteceram.
StarBucks pffff..
Nunca tomei um café tão intragavel, nem o meu proprio. Ridiculo quanto caro.
Franscisco concordou.
- Você é quem insisitiu, vamos, te levo em lugar melhor para melhores impressões daqui.
Carro legal novamente.
No caminho, avistei ao lado da enorme estrada algumas arvores tipicas e sem controle pensei em um desenho animado e uma frase do proprio: "Em 25 anos de serviço nessa empresa vital, isso nunca me aconteceu antes..."
Credo.
Lanchonete. Uma lanchonte classica.
Mesas e bancos classicos (aqueles bancos altos unicos e estofados que separam as mesas).
Garçonete com uma jarra de café bailarinando pra lá e pra cá.
Senti medo.
Imaginei que a qualquer momento o casal Mallory e Mickey Knox, adentrariam a lanchonete e provocaria um verdadeiro massacre. Ela entraria, piscaria para mim (logico) e iria direto na mesa a minha esquerda onde estava sentada uma familia inteira, detalhe: familia bola, enorme, cada um deles... todos obesos devorando um prato indefeso de panquecas. Ele iria direto no caixa. Ela mataria os pais, o sangue promovido pelos tiros espirraria e acertaria o vidro de calda de caramelo, ela ainda menospresaria o casal de crianças fazendo piada com o cadaver da mãe sobre o enorme prato de alguma coisa, o menino não saberia se chorava, soluçava ou engolia aquilo que estava já em sua boca... prefiriu entocar mais alguma coisa em sua boca em forma de respeito pela mãe difunta. Ele cantaria algo do Folk e daria risadas a toa. Eu até ouvia a trilha sonora para isso acontecer naquele momento. Uma JukeBox tocando o Elvis roubando discaradamente o querido Chuck Berry.
Nada aconteceu.
Franscisco pede algo para moça caucasiana estranha, levanta-se e me diz que gostaria que eu provasse. Disse também que precisava ir num tal WC (ridiculo.).
Sozinho. Fiquei lá, em meio a lembraças e aguardando a garçonete.
Um velhaco. Um velhaco para ao lado da mesa e me encara.
Pensei em tudo naquele momento. Frito, morto, acabado, chacotado.
Ele parece me perguntar algo.
O problema como já é sabido, é que sei apenas o bom e velho semi tupi-guarani-português.
Balancei a cabeça em negativa. Piorou.
Com isso o velhaco acomoda-se na mesma mesa em que estou, em minha frente inclusive.
Franscisco chega. Quando constata a situação, palído fica.
- É o Tom Waits cara!
- Tom quem? Peraí, é o cara do ShortCuts? É mesmo!
- Meu, ele também é um puta musico! Ah, que legal. Foda!
O novo famoso em minha frente sorri com uma boca horrivel e com uma cara de interrogação.
Ele olha para mim e dispara:
- Uóts? Uéeú, uér du iu from félá?* (ou algo parecido)
Pedi uma tradução salvadora para meu colega naquele momento.
- Deixa de ser burro, ele perguntou de onde você é.
- Responda você.
Com a resposta o velhaco se espanta e dispara um monte de coisas entre uma baforada no cigarro e outra.
Frascisco, atônito, escuta e escuta. Mas vem a reação.
Os dois parecem discutir.
- Cara, vamos embora agora! Agora! Já!
- Espere, eu nem sei o que você pediu para que eu prove e.....
- Cala a boca, vamos sari daqui rapido...
No melhor estilo, notas jogadas na mesa deixamos a lanchonete abruptamente em direção ao carro.
- Sor-i ! Sor-i félás!* (ou algo parecido)- gritava o famoso Tom-alguma-coisa enquanto nos distanciamos do local.
Franscisco nunca mais tocou nesse assunto.
13 comentários:
foi uma saga!!
rsrs..
como sempre vc arrasa!
=]
Por fim, o relógio tocou e você acordou!
Bela estória, gostei!
Pow... já já vc pode se encontrar com o Forret Gump. qundo isso acontecer, manda foto!
Hahah.. Cara adoro o seu blog altas historias ... supimpa esssa
Starbucks é uó!!!! hehehehehehe
Só fachada!
E que doidera!
passando pra avisar q to sem net
http://nadafaz.blogspot.com/
abraço
kra...primeira visita...hehe texto mto loko!moh doideira...gostei do blog
A melhor coisa que eu li hoje.
Nunca mais eu vou olhar Tom Waits com os mesmo olhos. XD
maldito! gostei, achei bem anti climax os 2! mto bom...
Muito bom o texto. Dá até para pensar que foi verdade...ou não?
Metaforicamente Perfeito!Um duo de culturas.....CRIATIVIDADE EM ALTA!!Uma das melhores partes: "Imaginei que a qualquer momento o casal Mallory e Mickey Knox, adentrariam a lanchonete e..... Ela mataria os pais e menospresaria as crianças fazendo piada com o cadaver da mãe sobre o enorme prato de alguma coisa."
Tinha razão, GOSTEI MTO!!
Tom Waits!
Puta merda, tá aí um cara que seria legal encontrar por aí. Toda vez que algo dá errado eu lembro do refrão "The shipping is sinking" e começo a rir.
História legal e estilo mais legal ainda.
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