quinta-feira, dezembro 22, 2005

Nuveando:











Não sou mais uma unidade.
Hoje sou uma fração do que almejei ser.
Acabou.
Força, nunca odiei tanta essa palavra, exatamente por ser apenas uma palavra para mim.
Sinto a possibilidade de tudo agora, mas como se sou apenas uma porcentagem?
Um dia eu pensava na multiplicação, na auto-multiplicação, é serio, agora escrever algumas coisas confusas e molhadas é a unica fuga, de mim mesmo. Nunca a verdade me aterrorizou tanto, certezas.
Dor, é o que vejo.....a verdade em minha frente....o alfinete que antes estava cravado em minha mão, hoje está penetrando lentamente em meu olho esquerdo, por que agora estou incompleto.
Avisos de mil, eu agoro escuto, mas não posso segui-los. Eu quero, mas não tenho como.
Agradeço a aqueles que me viram pela ultima vez, por que viram a verdade em meu semblante....agradeço a todos que falaram comigo pela ultima vez, por que escutaram a verdade inerente de meu soluçar.
Musica....perdi todas.....só frases cortadas de melodia constante.
- I'm sick, i'm tired..............So you think you can love me and leave me to die.............
Patetico, além de tudo existe esse senso forte de auto-depravação, aquela voz que te ridiculariza.. muitos denominariam isso como demonios internos, eu a reconheço como "eu".
Trechos de musicas nada podem me mostrar por completo. Sou um completo idiota.
Tentei demonstrar o ultimo e derradeiro apreço por aqueles que amo e que nunca demonstrei, mas faltará ligações ainda.
Palavras, gestos, afeto, amor, amor incondicional, paixão, perda, vazio, podridão......estou mergulhado, mergulhado...
Essa solidão é demais para mim. Sempre tive em constante companhia com ela, mas nunca a toquei...sinto frio, ela é fria, seu abraço é espinhoso.
Eu não tenho outra coisa a dizer do que: Estou podre!
Obrigado a quem leu-me pela ultima vez, porque ralou duramente os olhos nessas letras farpadas...
Obrigado.
Obrigado.


Após digitar o ultimo ponto, Bartholomeu vai até a sacada de seu apartameto, no decimo andar, em busca da liberdade. Pula, e voa, até as nuvens claras, desaparece. O esquecimento é seu destino.






Off.

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