Darta.
Minha mão esquerda segura uma caneca...
Minha mão direita segura uma garrafa do mais puro absinto indiano que por sorte eu encontrei em Goiânia...
Minha bunda que até certo tempo atrás era dita como gostosa está sentada em uma poltrona dos anos trinta, por que eu amava o noir...
Minha outra mão esquerda segura entre os dedos segura um belo cigarro de carquejo, por que eu tinha dores no estomago...
Minha lucidez transmuta ao passar dos ponteiros, ponteiros esses que se distanciam de seu local de origem, a origem de minha extra-dopa. Meu cabelo fétido é fétido pelo passar dos ponteiros, ponteiros esses que se aproximam do termino, o fim de tudo...
Isto é uma sala, comum eu digo.....a minha direita...uma porta....a minha esquerda...uma porta...e na minha frente um pôster....Terra em Transe...sou eu que está em transe, ao saber que aquele que entrara por essas portas não estará em transe, ai morta eu estarei...transe...transa...como eu queria transar, dar mesmo! Gozar! Eu quero gozar onde não há possibilidade.......ah maldito DMT!
Esse quinto gole foi flores......onde esta o miserável? Mas eu já pensei nisso, e o meu pensamento esta palpável bem em meu colo....uma robusta bereta carregada, afinal agora eu posso estar em um filme, não é? Tá, eu não posso andar pelas paredes, mas exercer uma ação com o meu indicador é bem viável.....humpf....aquele bastardo....droga, meu nariz-torneira goteja sangue mais uma vez.........!.........
O cuco na minha cuca cutuca o que restou. Eu não tenho mais idade pra isso. Caramba, nada está em ordem nessa sala, esse quadro não é para ficar no chão assim, ops...não é um quadro...Ai deixa-me levantar p/ arrum..........Puta que o pariu!!!!!! Um caralho, isso é um caralho!!!!
Meu deus do céu, eu devo estar muito lesada ainda....o que esse pinto roliço esta fazendo pendurado no meio de minha arvore de natal?
Nossa que dor de cabeça.
Mas será de verdade?
Nossa realmente é de verdade!
Meu deus, meu deus...ele tem contrações...mas não parece cortado, estranho. Nossa ele está ficando duro....ai! Joguei no chão.
Bom, no meio do chão é que ele não pode ficar, imagina se o Rodolfo entra e...espera ai, o Rodolfo aquele filho da puta que se dane. Seria de bom agrado ver a sua reação do tipo:
“ Mas que imoralidade é essa? Sua vadia!”.
Mas isso é muito estranho mesmo. E se eu ligar para a Elisbhete?
É isso mesmo que farei.
Pronto, ela vira.
Agora vamos ver, vou aproveitar que ele está mole e examinar um pouco. Hum parece carne mesmo, hum, e é quente...quem sabe se eu pegar uma faca para abri-lo?
Não, eu não teria coragem de abrir uma coisa que não vejo em minhas mãos há três meses, não.
Mas caramba, ele reage com o meu toque...mas ele não tem saco...será que isso não é coreano? Afinal, a tecnologia asiática está muita à frente do que os meios de comunicação!
Não, isso não se parece um consolo.
Mas realmente é irresistível. Consigo até imaginar o dono dele...viril...ele deve pegar de jeito....sim, ele tem cara que te faz implorar...ai....nossa deve ser bem saboroso.
Eu vou aproveitar que a sonsa da Elisbhete não chega para experimentar ele.
Nossa mais o que eu estou fazendo? Eu devo estar bem louca ainda...mas é gostoso fazer um boquete nesse menininho...
Não eu tenho que parar....hum, mas não consigo...
Ah...melhor não continuar...objeto maldito.
Droga é mesmo....a arma!
Cadê a arma?
Ela não pode ver esse trabuco de jeito nenhum.
Rodolfo de merda.
Adoraria ter que usar isso nele...bem naquele cú machista de uma figa.
Cadê essa mulher que não chega?
- Vai entra logo, se o Rodolfo estiver por ai vou arrumar uma encrenca das boas!- e fechei a porta como se fosse impedir um búfalo de entrar em meu apartamento.
- Pô, você se drogou de novo não é? O Rodolfo está na Patagônia, você não se lembra?....ai ai...eu vou te internar qualquer hora dessas!- como ela chata!
- Tá, mas agora você me dar razão para todas as paranóias que você diz que eu tenho, tenho uma prova!- e assim mostrei o meu mais novo amigo intimo.
-Ah, eu não acredito que você está apelando para isso agora e que você me chamou só...caralho, é um caralho de verdade!- pena que vocês não possam ver a cara dela agora!
- Encontrei na arvore de natal da sala logo após de acordar.- e apontei em direção a sala.
- Que arvore de natal? Estamos em junho....ai meu deus! O que você fez com seu tapete?- sem comentários.
- Ta bom, ta bom....isso não importa, e o que você tem nas mãos? Não importa algo?
Elisbhete ficou estática, observando, observando.
Virou de um lado para o outro...pobre pênis...
- Nossa é de verdade mesmo!- ela mostrou quando as reações do brinquedinho começaram com o seu toque.
Já até consigo imaginar o que se passa na cabeça dessa libertina.
- Mas vem cá, você já experimentou ele?- ela me fez uma cara de sacanagem que nem um garoto no alto de sua puberdade faria.
- Sim, eu o chupei...sei lá, foi um desejo incontrolável, entende?
- Am hã...slump!- mal terminar de falar e ela já estava com ele na boca.
- Hei!- puta da vida, o que eu posso dizer?
E ela continuou a faze-lo, chupa-lo....freneticamente....é, realmente eu não devia ter chamado ela.
Tentei tomá-lo dela, mas ela parecia uma pequena criança.
- Não, me largue, eu sinto....ele vai gozar...calma!
Então para avisar ela tirou o pinto da boca e ficou só a masturbá-lo com as mãos.
E gozou....e muito, continuamente....mas como posso explicar?
Aquilo não era porra, ele gozava letras pequenas, miúdas, ela em conjunto pareciam um liquido viscoso, mas eram letras como se fossem recortadas da bíblia....mas não parava de jorrar...eu peguei em minha mão um pouco, direto da fonte. Para minha surpresa, as letras que caíram em minha mão formaram um nome;
“Édipo-Rei”.
Logo a sala estava alagada por aquela “sopa” de letrinhas.
Eu já não sabia o que fazer. Aquela que considerava como minha amiga havia deixado o recinto em choque, eu acho.
Nada o fazia parar. Golpes, apertões.
Então eu o comi. Mordidas penosas, mas eu o comi e os meus olhos caíram, saltaram.
Cega, completamente cega. Mas agora eu sabia. Tudo. Tudo. Tudo.
A morte veio-me com calor.
Senti, logo deixei de sentir. Tornei-me pura consciência, logo desapareci.
Não sentia, mas sabia que calor estava naquele momento, e o momento que digo agora não existia.
Até que da morte eu voltei e mesmo sem olhos eu enxergava tudo.
Não durou muito esse estado de ressurreição. Elisbhete totalmente fora de si e de qualquer um, acertou-me com um golpe de cutelo na nuca. Medo.
Era o que fedia antes de morrer de novo, medo. Medo. Medo.
ThiagO D.
Nenhum comentário:
Postar um comentário