terça-feira, dezembro 06, 2005

Bória, a torta.

E Bória estava lá, parada. " Por que eu não fui atrás do miserevel?"
Um beco, uma esquina a frente, nada mais por enquanto. E Bória estava lá.
Bória não era de ações repentinas ou sem planejamento prévio, mas sua conciência sim. "Por que eu não fui atrás dele?".
A cena:
Bória, vinte e um anos de pura esquisitice...meias estranhas, uma cara torta de um pós-AVC, calva, maniaca, com 28° na rua sempre tinha um até belo cachecol em seu pescoço...o andar, parecia um pendulo coitada.
Trabalhava com CAC (central de atendimento ao consumidor), sua vóz prestava e muito.
Sua rotina, nada mais do que qualquer um cidadão que enfrenta o horario do "rush" pelo menos uma ver por dia.
Padaria...era sua parada obrigatoria.
- Um cinar por favor!
O homem do balcão nunca olha diretamente p/ ela. Ela sabe, não liga...sera?
Cinco minutos separam a padaria e seu costumeiro ponto de onibus. Sempre 55 passos, ela conta, sempre.
Sim, ela olha para o chão. Já foi a epoca que encarava os olhares penosos de terceiros andarilhos. Naquela noite, ela esbarrou em alguém, nunca aconteceu mas ela esbarrou em alguém...
- Desculpe senhora!- Disse aquele que ainda se arrumava antes de levantar o rosto.
- Caralho! Seu puto!- Disse aquela que levou o golpe de um corpo sobre si, sem levantar o rosto.
Olhares mutuos...
Pausa->


- Ah minha nossa!- A expressão de espanto combinava perfeitamente com a entonação de seu ditado popular.
- Henrico?- Idem ao do rapaz.

Após o espanto congelar qualquer suposta reação, Henrico não tem outra duvida, senão beijar violentamente o objeto de seu desejo durante anos no colegial.
Bória não fez nada enquanto a isso, mesmo por que sua atual situação fisica não permetia nenhuma tentativa de defesa. Mas asco ela sentiu.
O rapaz Henrico com seu avido desespero, levava a nossa torta protagonista pouco a pouco até um beco, que beijo, que beijo posso garantir. E lá já estavam, um beco, uma esquina. Ele para, olha bem ao redor. Tempo para ela dizer algo:
- Olha Henrico, é bom te encontrar denovo, mas na minha atual situação e idade e......arghgheeaaa.
Não houve como ela terminar a frase. Henrico a aguarrou, arrancou sua patética roupa quase com os dentes e esbravejava coisas do tipo:
- Sua vaca...quem é você agora hã?....miss popular o caralho....agora você é uma criatura imunda de merda....me rejeita agora!..vamos...me faça de ridiculo!..quero ver, sua freakinc do caralho!!...eu vou te comer, o zero a esquerda do colegial vai te arregaçar....sua maldita!...ahhhh....eu podia ter te dado tudo, piranha....eu te amava mais do que amos deus agora!!....maldita!!
- Você continua o mesmo babaca de sempre...só que agora um maldito crente....vá a merda você e seu deu........aaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!
E lá se foi a ultima peça de roupa de Bória....Henrico para e olha a nudez de sua algóz colegiana, sente nauseas...mas continua ferozmente. Primeiro o dedo medio, que a faz dar um primeiro grito. Sem paciência, da calça ele tira o pau para o ar gelido do beco.
E foi assim, penetração seria branda para tal ato. Uma hora com o homem macaco...em determinado momento antes de esporra-la, ele gorfa encima dela, um gorfo grosso...
Henrico de pé, ainda cospe no corpo torto que no lixo estava...morta, não.
Ela se levanta depois, e vê a ultima ponta da sombra do Sr. coração partido.
- Por que eu não fui atras dele?...agora eu iria ama-lo.- Sangrar, ela senti em todos os apectos.



Thiago D.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hmmm..esse texto tem um certo aroma beatnik...